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Mercado de Derivativos e Hedging

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Invest Smartly

Aqui é uma oportunidade de você conhecer um pouco mais sobre estratégia de proteção, ou de investimentos estratégicos com uso de derivativos.

O que são os Derivativos?

Os derivativos são instrumentos financeiros que dependem e derivam do valor futuro de outros ativos, como moedas, taxas de referência, ações, entre outros.

Como forma de contratos, os derivativos oferecem proteção a investidores, como por exemplo face às alterações no câmbio, que ocorrem em variações incertas.

Como funciona o mercado de derivativos

Em seus contratos, os derivativos financeiros têm como valor de mercado o preço que vem de outro instrumento financeiro, e que por isso, derivam deste outro ativo.

A utilização deste instrumento é muito antiga, presente em vendas de mercadorias com preço e data de entrega futuros, mas especificados desde o início do acordo.

Deste modo, o investidor procura nos derivativos uma forma de proteção, conhecida como "hedge", reduzindo os riscos futuros em seus investimentos.

 

Além disso, os derivativos também servem para estratégias especulativas, já que havendo a garantia do preço fixado pelo contrato, é possível ao especulador negociar pela diferença do preço à vista.

Tipos de mercados derivativos

Este mercado pode ser dividido entre quatro tipos diferentes: a termo, futuro, de opções e de swap, apesar de este último se assemelhar ao mercado a termo.

  • Mercado a termo

Conhecido como o derivativo mais tradicional, este contrato envolve a compra ou venda de um bem a liquidar posteriormente, onde o preço futuro é fixado no contrato.

O contrato a termo somente é concluído na data de seu vencimento. Enquanto isso, é possível, ainda, negociar estes contratos em bolsa de valores ou no mercado fora da bolsa (balcão).

  • Como funciona o mercado a termo?

Em uma compra de um produto a prazo, quando não há o valor completo, à vista, o comprador pode parcelar a compra com o pagamento de juros.

É exatamente assim que funciona as transações no mercado a termo.

Nele, caso uma ação custe, por exemplo, R$30 na data de negociação, ela pode ser vendida em um prazo futuro com a inclusão de uma determinada taxa de juros, geralmente próxima à Selic.

Quando a data acordada chega, o comprador faz o pagamento total referente ao ativo adquirido. Mas antes, é preciso realizar o depósito de uma margem de garantia.

É com essa margem que o comprador faz a compra a termo, dando início à operação.

Portanto, no exemplo citado acima, o papel vendido custaria R$30 + taxa de juros.

A vantagem disso para o comprador é que, caso a ação tenha se valorizado entre o dia de montagem do termo e o dia de seu encerramento, o pagamento é feito baseado no valor inicial, e não o atual.

Por outro lado, caso haja a desvalorização, quem sai na vantagem é o vendedor, recebendo um valor maior que a cotação atual de seu ativo

Porque operar no mercado a termo?

Mesmo que o mercado a termo pareça ser um ambiente complexo, existem algumas razões para que vários investidores continuem optando por suas operações.

Poucos recursos

Inicialmente, ele se mostra uma alternativa interessante para que não possui recursos financeiros no momento para comprar uma ação que considere interessante.

Para esse tipo de investidor, realizar uma compra a termo será uma operação que atenderá seus objetivos em um período futuro.

Alavancagem

Outra intenção pode ser a alavancagem, que oferece, além de altos riscos, um ótimo potencial de retorno para os investimentos.

Nesse caso, é investido um valor maior que o disponível nas ações desejadas, com a esperança de que elas chegarão ao resultado esperado.

Para isso, basta pagar apenas uma margem de garantia.

Renda fixa

Um modo interessante de se investir no mercado a termo é receber rendimentos como em renda fixa.

Para isso, basta ser o vendedor da ação em um termo logo após comprá-la.

Assim, não ocorrerão prejuízos e o investidor estará ganhando os juros acordados no contrato:

                                         

                                                             Preço a termo = Preço à vista + Juros.

Como realizar uma operação à termo?

A forma mais comum de realizar uma operação a termo é através do chamado “Termo Tradicional”.

Seu funcionamento corresponde ao explicado anteriormente, onde um investidor decide comprar ações em uma data futura, pagando o preço atual somado à uma taxa de juros combinada com o vendedor.

A duração do termo tradicional é definida entre as contrapartes, respeitando o limite mínimo de 16 dias e máximo de 999 dias, determinado pela B3, antiga BM&F Bovespa.

No entanto, outra forma disponível para realizar essa operação é através do “Termo Flexível”, onde as condições acordadas são um pouco diferentes.

Ao contrário do que ocorre na modalidade tradicional, é possível trocar o ativo-objeto negociado.

Ou seja, a venda do ativo-objeto na operação do mercado a termo não implica o seu vencimento antecipado.

Assim, caso o investidor faça um termo de 90 dias em um ativo e, após 10 dias, venda essas ações, ele não será obrigado a pagar o valor acordado com o vendedor.

Basta, ao invés disso, comprar uma outra ação com o dinheiro resultante da operação.

O limite de duração do Termo Flexível é de 16 a 90 dias.

Encerramento de operação

Existem três formas de finalizar um termo tradicional:

  1. Venda do Ativo-Objeto: venda antecipada das ações acordadas, demandando o pagamento do valor que seria entregue no vencimento;

  2. Liquidação Antecipada: pagamento antecipado ao vendedor, ou seja, antes de decorrido o prazo do contrato;

  3. Decurso de Prazo: pagamento feito apenas na data de vencimento do contrato.

É importante lembrar que, no caso de liquidação antecipada ou venda do ativo-objeto, não existe abatimento sobre juros.

Por conta disso, a quitação antecipada não gera nenhuma economia.

Quais as vantagens do mercado a termo?

O maior benefício do mercado a termo são as suas negociações em um período futuro, que possibilitam que investidores possam comprar ativos mesmo sem todos os recursos necessários.

Assim, tornando o investimento mais acessível.

Já para quem vende as ações, há a vantagem do recebimento de uma taxa de juros, além da reposição de prejuízos após uma possível desvalorização do papel.

E isso faz com que a possibilidade de ganhos maiores do que os da venda à vista seja bem maior.

Portanto, o mercado a termo oferece pontos positivos para ambas as partes envolvidas em suas operações.

  • Mercado futuro

O mercado futuro pode ser considerado como uma evolução do mercado a termo. A diferença é a de que os vencimentos dos contratos são ajustáveis durante o exercício.

Além disso, os contratos futuros apenas são negociados em bolsa.

  • O que é mercado futuro

O mercado futuro é o ambiente onde são negociados contratos futuros, um tipo de derivativo. Em poucas palavras, os contratos futuros representam o compromisso de comprar ou de vender uma certa quantia de um determinado bem em uma data adiante e por um preço pré-definido.

O bem envolvido nesse compromisso – também chamado de ativo subjacente – pode tanto ser uma mercadoria quanto um ativo financeiro. Um exemplo? Os contratos futuros de soja negociados na B3. Quem opera um deles, no fundo, está negociando o direito de comprar ou de vender o equivalente a 450 sacas de 60 kg de soja. O preço de cada contrato futuro se baseia na expectativa do mercado para o preço da soja na data do seu vencimento.

O mercado futuro tem algumas particularidades em relação a outros tipos de derivativos. Uma delas é o fato de que todos os negócios acontecem na bolsa de valores. Por conta disso, outra característica é a homogeneidade dos produtos. Todos os contratos precisam seguir um determinado padrão, de modo que todos os investidores tenham a certeza de que estão negociando exatamente a mesma coisa e nas mesmas condições.

Voltando ao exemplo da soja, os contratos futuros negociados na B3 preveem que o grão obrigatoriamente seja de soja tipo exportação com até 14% de umidade, 1% de matérias estranhas e impurezas, 30% de quebrados, 18,5% de conteúdo de óleo, entre outras características. Quantos detalhes, não?

Esse nível de padronização dos contratos futuros é o que permite que eles sejam negociados no pregão. Se cada investidor negociasse um tipo diferente de soja – ou de boi gordo, de ouro, de moeda ou do que quer que seja – as cotações seriam todas diferentes entre si, inviabilizando as operações.

 

Do jeito que o mercado funciona atualmente, todas as condições de transferência dos ativos subjacentes entre compradores e vendedores são definidas previamente pela B3 e estabelecidas nos contratos. Em cada negociação, apenas dois itens podem variar: a quantidade de contratos e o seu preço.

Sendo uniformes, os contratos futuros atendem uma quantidade maior de investidores – e, por isso, possuem maior liquidez do que outros tipos de derivativos que não são padronizados. A liquidez é importante porque permite que um investidor encontre contrapartes para se desfazer da sua operação antes do vencimento do contrato, caso isso seja necessário por alguma razão.

Para que serve o mercado futuro

Se você já entendeu o que é o mercado futuro, consegue agora dizer para que ele serve? Existem formas diferentes de utilizar os contratos futuros, e cada uma tem um objetivo específico. Podem ser usados como uma proteção – a função tradicional e também original da sua criação – ou como uma fonte de ganho financeiro. Entenda mais abaixo:

  • Proteção ou hedge

Os contratos futuros podem ser usados para diminuir o impacto de uma eventual mudança nos preços de mercado do seu ativo subjacente. Isso porque os futuros fixam hoje um preço para que esse bem ou ativo financeiro seja negociado em uma data à frente, não importando o quando ele efetivamente estará custando no mercado à vista.

É o que se chama de hedge. Quem faz um hedge está menos preocupado em lucrar com as operações, e mais interessado em evitar perdas.

As empresas brasileiras que possuem dívidas em dólar, por exemplo, estão sempre expostas ao risco do câmbio. Se, em determinado momento, a cotação da moeda sobe, essas dívidas encarecem. Nessa situação, as empresas precisam dispender mais reais para quitar os débitos.

Uma maneira de evitar situações como esta é comprar contratos futuros de dólar, com o preço da moeda predeterminado para uma data futura. Nesse caso, mesmo que a cotação suba, as empresas já adquiriram o direito de negociar dólar por um certo valor, assegurando previsibilidade para o custo das suas dívidas.

Da mesma forma, o setor agrícola também usa o mercado futuro para proteger os seus negócios. Operando contratos de commodities agrícolas, eles podem garantir os preços dos produtos que ainda estão na lavoura para o período em que poderão ser comercializados.

  • Para especular

Também é possível especular com contratos futuros. Em vez de proteção, o especulador atua no mercado para lucrar. Seu objetivo é ganhar com os pequenos diferenciais de preços em cada compra e venda de um contrato. Importa menos o ativo subjacente – se é um futuro de dólar, juros ou soja.

O interesse está mesmo nos movimentos de curto prazo dos contratos.

É comum que os especuladores atuem no day trade, realizando compras e vendas dos mesmos derivativos ao longo de um só dia. Ao fim do pregão, eles apuram os ganhos ou perdas pela diferença entre os preços de cada ponta das operações. Mas há também especuladores que ficam com posições em aberto por alguns dias para aproveitar movimentos um pouco mais longos do mercado.

  • Para fazer arbitragem

Os investidores que procuram lucrar com as discrepâncias de preços que encontram para um mesmo produto em mercados diferentes fazem o que se costuma chamar de arbitragem. Por isso, além dos próprios contratos futuros, as operações de arbitragem podem envolver outros elementos, como as mercadorias ou os ativos financeiros negociados no mercado físico.

A estratégia da arbitragem se baseia no fato de que o processo de formação de preços não é perfeito. Embora se espere que um ativo oscile do mesmo jeito em mercados diferentes, isso às vezes não acontece. Pense num exemplo bem simples: não é comum que um mesmo combustível seja vendido a um preço mais baixo nos postos de uma cidade e mais caro na cidade vizinha? Há inúmeras razões para isso. Permitido fosse, uma maneira de realizar uma arbitragem seria comprar combustível na cidade com os preços mais baixos e revendê-lo naquela em que valor de mercado é mais alto.

Algo muito semelhante com isso ocorre no mercado financeiro. Se o preço do dólar em um contrato futuro em algum momento, mesmo que por pouco tempo, seguir um caminho ligeiramente diferente do mercado à vista, possivelmente existe uma chance de realizar arbitragem. Quando percebem um movimento desse tipo, os arbitradores agem rapidamente antes que o mercado “perceba” o lapso e ajuste os preços.

O lucro de cada operação de arbitragem costuma ser pequeno. O tamanho dos ganhos depende, portanto, da quantidade e do volume de compras e vendas. Quanto mais volumosas e frequentes forem os negócios, maiores as chances de acumular ganhos maiores.

Principais contratos do mercado futuro

Existem contratos futuros de diversas naturezas. Eles são lançados pelas bolsas de valores conforme os investidores demonstram interesse em negociá-los. Afinal, para que sejam viáveis, os contratos futuros precisam de uma certa frequência e um volume mínimo de operações para que efetivamente tenham liquidez.

Os contratos futuros sempre apresentam alguns elementos em comum que você deve conhecer para entender melhor esse mercado. São eles:

  • Objeto de negociação: É o bem ou ativo financeiro de base do contrato. A oscilação de preços do objeto é o que está em jogo nas negociações do mercado futuro.

  • Cotação: É o valor atribuído a cada unidade do bem ou ativo financeiro em negociação. No caso dos contratos futuros de soja, por exemplo, estamos falando de reais por saca. Nos contratos futuros de dólar, são reais por dólar, e assim por diante.

  • Unidade de negociação: É o tamanho do contrato em questão. Voltando ao exemplo dos futuros de soja, cada contrato equivale a 450 sacas de 60 kg de soja.

  • Mês de vencimento: Representa o mês em que cada contrato futuro será liquidado (ou seja, encerrado)

Na B3, existe uma variedade de contratos futuros negociados. Os mais tradicionais são os de commodities agrícolas, como boi gordo, milho, café, soja, açúcar e etanol.

Mas existem também futuros de ativos financeiros. um exemplo são os contratos de moedas, como dólar, euro, libra esterlina, iene (moeda do Japão) ou iuan (moeda da China).

Há ainda contratos futuros de índices de ações, como Ibovespa e S&P 500, assim como futuros de ações. Também são bastante negociados os contratos de taxas de juros, como os de DI, Selic, cupom cambial de DI ou cupom de IPCA.

Além dos contratos “cheios”, como costumam ser chamados, existem também na B3 os minicontratos futuros. Trata-se de contratos menores e mais acessíveis aos investidores.

Um contrato futuro de dólar “cheio”, por exemplo, equivale a US$ 50 mil, com um lote padrão de cinco contratos. Já um minicontrato representa US$ 10 mil, com um mínimo negociado de apenas um contrato. Além de dólar, outro contrato futuro mini muito comum é o de Ibovespa.

Como funciona o mercado futuro

Mesmo para quem já fez algum investimento na bolsa de valores, o mercado futuro tem certas peculiaridades, diferentes do mercado à vista. Certos elementos não são comuns às negociações com ações, que costumam ser o primeiro passo dos investidores na B3.

Conheça os conceitos mais importantes para quem quer operar contratos futuros:

  • Liquidação financeira e liquidação física

A liquidação representa o momento final de uma operação com contratos futuros, quando ocorre a transferência dos recursos e dos ativos que foram negociados. Isso acontece na Câmara de Compensação e Liquidação da B3, que tem uma estrutura de garantias para assegurar que cada parte – compradores e vendedores – cumpram suas obrigações.

As operações com derivativos padronizados são liquidadas em câmaras de compensação ligadas às bolsas ou aos sistemas de negociação cuja estrutura de garantias garante o cumprimento de todas as obrigações assumidas pelas partes. Independentemente de a operação ser padronizada ou não, há duas formas de liquidação: financeira e física.

Existem duas formas de liquidar uma operação com contratos futuros. Uma delas – a mais comum – é a liquidação financeira.

No dia do vencimento do contrato, é calculada a diferença financeira entre o valor de compra e de venda do papel. O acerto acontece em dinheiro, sem a necessidade de que o ativo de base – seja uma commodity agrícola, uma moeda ou qualquer outro – precise ser efetivamente entregue em mãos à outra parte.

A liquidação física é o contrário disso. Mais comum nos mercados agropecuários e de energia, pressupõe a entrega física do ativo na data de vencimento do contrato. Ocorre que esse procedimento pode tanto ser muito custoso, quanto indesejado em alguns casos – quando o interesse do investidor passa longe de ter um carregamento de milho em casa. Pode-se simplesmente deixar a liquidação física de lado e focar na financeira.

Na B3, alguns contratos admitem tanto um formato quanto outro, mas a maior parte deles prevê apenas a liquidação financeira.

  • Ajuste diário

Lembre-se novamente do conceito do mercado futuro: nele, são negociados contratos que asseguram o direito de comprar ou de vender um determinado ativo ou mercadoria numa data à frente por um preço já definido. Ocorre que ao longo do tempo, até o vencimento, os preços de negociação podem mudar de acordo com as expectativas dos participantes, a oferta e a demanda dos ativos subjacentes (e dos próprios contratos).

Mesmo que um determinado futuro tenha sido negociado hoje por um certo valor, amanhã ele pode estar valendo menos, custando mais barato no mercado. Ou também pode valorizar, custando mais caro.

Essas variações de preço determinam os resultados dos investidores. Se o contrato está custando mais caro hoje do que custava quando foi comprado, a operação está registrando lucro. Mas o contrário também pode acontecer. Justamente para evitar que perdas muito grandes se acumulem até o vencimento do contrato, o que poderia causar níveis elevados de inadimplência, a B3 conta com um mecanismo chamado “ajuste diário”.

O ajuste diário é um sistema que apura as perdas e os ganhos dos investidores com os contratos futuros todos os dias. Todas as posições mantidas por eles são avaliadas a partir de um preço de referência – o preço de ajuste diário. Se o valor das posições em uma certa data está abaixo do preço de ajuste, significa que elas – naquele dia – tiveram ganho. Se, no dia seguinte, as posições estiverem com preço abaixo do ajuste, é sinal de que houve uma perda.

Na prática, as operações são ajustadas todos os dias de acordo com as expectativas do mercado para o preço futuro do ativo de referência do contrato. E os valores das diferenças que forem encontradas serão creditadas (se houve ganho) ou cobradas (se houver perda) diretamente na conta do investidor.

A existência do ajuste diário diferencia os contratos futuros de outros derivativos, como os contratos a termo – em que todo o ganho ou toda a perda é calculada de uma vez na dada do vencimento. O problema, nesse caso, é o risco maior de que os investidores envolvidos não cumpram suas obrigações, já que os prejuízos podem ser grandes.

O que acontece se o investidor não pagar um ajuste diário? A primeira consequência é que ele será declarado inadimplente pela B3, a pedido da sua corretora. Seu nome será incluído em uma lista distribuída para todos os participantes do mercado, de modo a protegê-los também. Além disso, a bolsa terá de executar as garantias que o investidor tiver registrado (você aprenderá mais sobre isso ao longo do texto) e o proibirá de fazer novas operações até que a dívida seja saldada.

  • Margem de garantia

Para negociar no mercado futuro, a B3 exige que os investidores deixem algumas garantias depositadas nas corretoras pelas quais operam. Na prática, a margem de garantia se parece com um depósito caução que existem em algumas negociações – como em certos contratos de aluguel.

A exigência de garantias é vista como um diferencial da bolsa, porque permite que os investidores aproveitem as oportunidades existentes em vários mercados com maior tranquilidade. Isso porque ela serve justamente para que a B3 tenha recursos à disposição para garantir o pagamento das operações em caso de inadimplência do investidor.

O valor da margem de garantia equivale a um percentual da operação com os contratos futuros. Quando os negócios são day trades – iniciados e finalizados no mesmo dia – a corretora define de quanto será. Para contratos de mais do que um dia, a definição é feita pela própria B3, de acordo com o tipo de contrato e de operação.

As garantias não precisam ser sempre depositadas necessariamente em dinheiro. Outros ativos – como ações, títulos públicos comprados pelo Tesouro Direto ou até papéis de crédito privado – também podem ser utilizados para essa finalidade.

Uma situação prática em que a margem de garantia pode ser acionada é o caso em que o investidor registra perdas no ajuste diário e precisa realizar um pagamento à bolsa. Caso o valor não seja entregue dentro dos prazos devidos, a B3 pode cobrir essa inadimplência executando a garantia deixada por ele.

  • Liquidação por inadimplência

 

Quando o investidor deixa de realizar um pagamento de ajuste diário, além de recorrer à margem e executar as garantias para quitar o prejuízo, a bolsa encerra compulsoriamente a posição que ficou inadimplente. Assim, se o investidor tinha comprado contratos futuros, eles serão vendidos e o negócio, finalizado. O objetivo é evitar o risco de que novas perdas acabem se acumulando e colocando a segurança do mercado inteiro em risco.

No caso de liquidação compulsória por inadimplência, outras garantias também podem ser acionadas pela B3, além da prestada pelo investidor. É o caso das garantias depositadas pela própria corretora através da qual ele operou e ainda pelo membro da compensação que liquida para essa corretora.

Caso as garantias sejam insuficientes, outras maneiras de assegurar a estabilidade do mercado são acionar o patrimônio do fundo especial dos membros de compensação da bolsa, do fundo de liquidação de operações e da própria B3.

  • Mercado de opções

Nestes contratos envolve-se o direito de comprar ou vender determinado ativo conforme o preço e data futura acordados, pagando inicialmente por um prêmio para adquirir o contrato.

É possível perceber que o investidor ou especulador que adquire um contrato de opção não tem a obrigação em exercer o contrato, principalmente quando envolve-se em perdas.

O que são opções?

Opções são instrumentos negociados no mercado financeiro. Elas representam um contrato que dá ao seu titular o direito de comprar ou de vender um determinado ativo por um valor determinado em uma data específica do futuro. É um tipo de derivativo, pois o preço de uma opção “deriva” do preço do ativo a que ela está atrelada.

Existem opções sobre diversos tipos de ativos. No Brasil, o mercado mais volumoso e conhecido é o de opções de ações, negociadas na B3 — mas há também opções sobre moedas, sobre contratos futuros de juros, entre outras. Agora, quando você ouvir falar “opções de Vale”, “opções de Petrobras” ou “opções de Ibovespa”, já sabe do que se trata.

 

 

Opções de ações e opções binárias são a mesma coisa?

 

Opções binárias não têm nada a ver com o mercado de opções sobre ações. Trata-se de um investimento não regulado no Brasil.

 

As operações não acontecem na Bolsa, e sim diretamente entre compradores e vendedores por meio de uma corretora.

 

Também conhecidas como opções digitais ou opções de retorno fixo, as opções binárias permitem que o investidor faça uma aposta na queda ou na alta do preço de um ativo — como uma ação, um índice, uma commodity, uma moeda — no curtíssimo prazo. Para lucrar, não é preciso acertar de quanto será a variação, apenas a direção (se para cima ou para baixo).

 

Se, no prazo de alguns minutos, o preço do ativo realmente seguir a trajetória prevista na opção binária, o investidor ganha. O retorno é estabelecido em cada papel, na forma de um percentual do valor aplicado. Mas se o preço do ativo seguir na direção contrária à da aposta, perde-se tudo o que foi investido.

 

 

Como funciona o Mercado de Opções

As opções podem ser negociadas na Bolsa ou no mercado de balcão. Quando são listadas em pregões como o da B3, elas possuem características padronizadas e têm data de vencimento estipuladas pela Bolsa. As garantias exigidas de quem negocia, como cobertura ou margem, também são estabelecidos pela B3.

Existem também contratos de opções não padronizadas que são negociados no mercado de balcão. Nesse caso, os compradores e vendedores é que definem as características do contrato, como prazos, valores e inclusive a necessidade de depósito de garantias. Essas opções são registradas na B3, a quem cabe apenas assegurar que os envolvidos cumpram o que acordaram.

É importante conhecer alguns conceitos básicos para entender como as opções são formadas e como podem ser utilizadas em estratégias de investimentos. Conheça os principais:

Ativo-objeto

O ativo-objeto de uma opção é o bem, a mercadoria ou o ativo que está sendo negociado. Opções de ações, por exemplo, têm ações como seu ativo-objeto. Opções de Ibovespa, por sua vez, têm o índice de ações como ativo-objeto.

Titular

O titular é quem compra a opção — e, por consequência, o direito de comprar ou vender o ativo-objeto.

Lançador

Esse é quem vende a opção para o titular, cedendo a ele o direito de comprar ou vender o ativo-objeto da opção — e, em contrapartida, assumindo a obrigação de comprar ou de vender o ativo-objeto também.

Prêmio

O prêmio nada mais é do que o valor pago por quem está comprando uma opção para quem a está vendendo. Nessa transação, o comprador — ou titular — passa a ter o direito de comprar ou vender o ativo-objeto da opção. Em outras palavras, o prêmio representa o preço de ter esse direito.

Call (opção de compra)

São as opções que dão ao seu titular o direito de comprar o ativo-objeto do contrato por um preço prefixado (ou preço de exercício) na data do vencimento (ou exercício).

É importante ressaltar que o comprador tem esse direito, mas não a obrigação. Caso prefira, pode simplesmente deixar a opção chegar ao exercício sem nada fazer. Nesse caso, apenas perde o valor pago como prêmio.

Put (opção de venda)

Quem possui uma opção de venda tem o direito de vender o objeto do contrato pelo preço de exercício na data do vencimento.
Também nesse caso não existe a obrigação de realizar a venda. Ao ceder esse direito a outro investidor, quem tem a put recebe um prêmio por isso.

Strike

Strike ou strike price é o mesmo que preço de exercício. Ou seja, representa o valor prefixado pelo qual o ativo-objeto poderia ser negociado no exercício da opção.

Assim, o investidor que adquire opções de compra de uma ação com preço de exercício — digamos — de R$ 20, poderia comprar o papel nessa data por esse preço. Nesse caso, R$ 20 é o strike das opções.

 

Vencimento de uma opção

 

O vencimento de uma opção também é chamado de data de exercício. Trata-se do último dia em que o titular pode exercer o direito de comprar ou vender o ativo-objeto. Desta data em diante, a opção simplesmente expira, perdendo a validade.

É como acontece quando você contrata um seguro para seu carro, por exemplo. Você tem o direito de acioná-lo até a data do vencimento da apólice. Se até lá não acontecer nada que exija o seguro, o contrato simplesmente expira. Para continuar protegido, será preciso que você faça uma nova contratação.

Mas em que situação um investidor deve ou não exercer a opção? E em quais casos faz sentido deixá-la expirar? Isso depende do tipo de opção que o titular detém e da situação de mercado do ativo-objeto. Em linhas gerais, uma referência é:

  • O titular de uma opção de compra deve exercê-la apenas se o ativo-objeto estiver sendo negociado acima do preço de exercício. Nesse caso, seria vantajoso, porque ele compraria o ativo a um preço menor do que o praticado no mercado.

  • Se o ativo-objeto estiver sendo negociado a uma cotação menor que o preço de exercício, mais vale deixar a opção expirar, porque seria mais barato comprá-lo diretamente no mercado.

  • Já para o titular de uma opção de venda faz sentido exercê-la apenas se o ativo-objeto estiver sendo negociado abaixo do preço de exercício, porque o venderia a um preço mais alto do que o praticado no mercado.

  • Da mesma forma, caso o ativo-objeto estiver sendo cotado a um valor acima do preço de exercício, seria melhor deixar a opção expirar, já que a venda dele no mercado seria mais lucrativa.

 

Vantagens e riscos de investir em opções

O mercado de opções pode ser muito útil para os investidores. Pode tanto ser usado como uma forma de proteção, quanto também permite especular em busca de ganhos rápidos. No entanto, ele envolve riscos que você precisa conhecer. Saiba um pouco mais sobre os principais usos das opções:

 

Hedge

Assim como outros derivativos, as opções podem ser utilizadas em estratégias que têm o objetivo de proteger o valor de um ativo ou de uma carteira das oscilações do mercado. Afinal, por preverem um preço de exercício, elas permitem “fixar” o valor do ativo-objeto, o que pode ajudar a suavizar o impacto de uma mudança nas cotações.

Para entender melhor como o hedge com opções funciona, imagine um investidor que possua ações de uma determinada empresa e pretenda mantê-las na carteira por um certo tempo. Se esse investidor teme uma desvalorização dos seus papéis durante esse período, pode usar opções para se proteger. Poderia comprar opções de venda, por exemplo.

Suponha que o investidor tinha ações cotadas a R$ 50 e comprou opções de venda com preço de exercício de R$ 49. Se, na época do exercício, as ações estiverem cotadas a R$ 45, ele ainda terá o direito de vendê-las a R$ 49. Caso realmente precise se desfazer das ações, poderá fazer isso com uma perda de apenas 2%. Se tivesse de vender as ações a preços de mercado, o prejuízo chegaria a 10%.

Essa é só uma das estratégias de hedge com opções. Existem muitas outras alternativas com opções de compra, de venda ou uma combinação entre as duas.

Alavancagem

Uma das características das opções é que, dependendo da estratégia adotada, elas permitem conseguir ganhos desproporcionais ao valor investido para operá-las. É isso o que normalmente chamamos de alavancagem: técnicas que permitem multiplicar a rentabilidade com endividamento.

Para entender melhor, é preciso lembrar que o preço de uma opção — ou prêmio — oscila muito mais do que a cotação do ativo-objeto. Por isso, o potencial de valorização ou desvalorização do valor investido na aquisição das opções é muito maior.

Em contrapartida, o valor do prêmio em geral é muito mais baixo do que o do ativo-objeto. O que se conclui disso tudo é que um investimento pequeno em opções pode gerar uma taxa de ganho elevada para o investidor.

 

Da mesma forma, o risco de perder todo o capital investido nas opções existe e é muito maior do que em outros tipos de investimentos.

Risco de perdas

No e-book Opções – Descubra como funciona esse mercado, o analista Fernando Góes ressalta que opções são ativos com altíssima volatilidade. “Isso significa que você pode perder 100% do que investiu ou ter um lucro de 500%. Isso é até comum no mercado de opções”, explica.

Isso acontece porque as opções, em si, não possuem um valor intrínseco. Seu valor depende do comportamento de um ativo-objeto, que pode ou não seguir na direção que o investidor havia imaginado quando comprou opções com determinadas características.

 

Pense em uma opção de compra de uma ação com um preço de exercício de R$ 20. Para comprá-la, o investidor precisou desembolsar, digamos, R$ 0,10 por papel. Grosso modo, essa opção só servirá para alguma coisa se a ação estiver cotada acima de R$ 20 — nesse caso, é possível acionar a opção para adquirir por R$ 20 algo que, no mercado, já está sendo negociado a R$ 23 ou R$ 25.

No entanto, se ao longo do período de vigência da opção a ação permanecer cotada sempre abaixo de R$ 20, ela não serve para nada. Afinal, seria mais vantajoso comprar os papéis diretamente no mercado a R$ 18 ou R$ 15, do que acionar as opções para comprá-los por um preço mais caro do que esse. Nesse caso, os R$ 0,10 investidos para comprar as opções “virariam pó”, como se diz no jargão no mercado. O prejuízo seria de 100%.

 

Por isso, é importante ressaltar que o mercado de opções é voltado para investidores já bem ambientados à bolsa e aos outros ativos de renda variável, com perfil de risco agressivo. Ele envolve riscos que alguém sem experiência teria muitas dificuldades para dimensionar.

Estratégias para operar

Existem maneiras de negociar opções que vão além da mera compra delas. São estratégias estruturadas, que podem render ganhos (ou perdas) conforme um conjunto de fatores se concretizem ou não. Conheça algumas das mais comuns no mercado:

Trava de alta

Para fazer uma trava de alta, primeiro é preciso comprar uma opção de compra “dentro do dinheiro” — ou seja, com preço de exercício inferior ao preço do ativo subjacente. Ao mesmo tempo, o investidor deve vender de uma opção de compra com preço de exercício maior. Ambas precisam ter a mesma data de vencimento.

 

Essa estratégia é considerada de tendência. Faz sentido montá-la diante de uma queda brusca da cotação do ativo-objeto ou quando existe uma expectativa de alta dele até o vencimento. Isso porque o ganho máximo na trava de alta corresponde à diferença entre os preços de exercício das opções de compra. Já a perda máxima corresponde à diferença do preço dos prêmios das opções no momento em que elas foram adquiridas.

Trava de baixa

Já para montar uma trava de baixa, é necessário vender uma opção de compra “dentro do dinheiro” (com preço de exercício próximo ao preço à vista do ativo subjacente) ou também “fora do dinheiro” (com preço de exercício superior ao preço à vista do ativo subjacente). Simultaneamente, o investidor deve comprar uma opção de compra com preço de exercício maior e com a mesma data de vencimento.

Também se trata de uma operação de tendência. Mas ao contrário da trava de alta, deve ser montada quando ocorre uma subida brusca ou quando existe uma expectativa de queda no preço do ativo subjacente até a data do vencimento. O maior ganho possível corresponde ao spread recebido no momento em que a operação é montada. Já a perda máxima é equivalente à diferença entre os preços de exercício das opções de compra, menos o spread da montagem da operação.

 

 

Borboleta

Uma borboleta é uma estratégia que consiste em comprar uma opção com preço de exercício mais baixo, vender duas opções com preço de exercício intermediário e comprar uma outra com preço de exercício mais alto. Na prática, representa uma mistura das duas estratégias descritas acima.
 

Ao comprar uma opção de strike baixo e vender uma de strike intermediário, o investidor realiza uma trava de alta. Ao mesmo tempo, faz também uma trava de baixa ao comprar uma opção de strike alto e vender outra de strike intermediário. A borboleta, portanto, se baseia em uma trava de alta e outra de baixa simultâneas, com um núcleo em comum.

Venda a descoberto

A venda a descoberto pode ser feita com opções de compra. Quem vende uma opção de compra fica obrigado a vender o ativo-objeto pelo preço predeterminado se, na época do vencimento, ele estiver cotado a um preço superior previsto na opção.

 

Normalmente, o vendedor da opção de compra possui o ativo-objeto – e, sendo assim, realiza o que se chama de “venda coberta”. Ela serve para remunerar a carteira com o prêmio recebido em troca da opção. Ao fazer isso, limita o ganho que eventualmente pode obter com o ativo-objeto. Afinal, mesmo que ele suba bastante, o investidor será obrigado a vendê-lo pelo preço da opção.

Há, no entanto, casos de vendedores de opções de compra que não possuem o ativo-objeto nas mãos. E é isso o que caracteriza a “venda a descoberto”. O detalhe é o risco: a perda financeira possível, caso a estratégia não dê certo, é ilimitada.

Straddle

Essa estratégia demanda duas operações: a compra e a venda de uma opção de compra com o mesmo preço de exercício. O objetivo, nesse caso, é lucrar com a volatilidade do ativo-objeto. Ele a cotação subir com força ou cair, o investidor pode ter um bom ganho.

Faz sentido optar por um straddle quando o mercado está em um momento de estresse elevado, ou ainda quando se espera a divulgação de algum fato relevante capaz de provocar um movimento brusco na bolsa. Se a ação subir ou cair muito, haverá ganho com uma das duas operações simultâneas, compensando a perda que será registrada na outra.

  • Mercado de swaps

No mercado de swaps, os contratos servem para que se negociem as rentabilidades futuras dos ativos, que por sua vez derivam de outros índices, havendo uma troca de posições entre investidores.

Nos swaps cambiais, por exemplo, a rentabilidade Selic de uma aplicação pode ser trocada entre a variação do dólar dentro de um período, oferecendo proteção perante a variação da moeda estrangeira.

O que é Swap Cambial

O Swap é um termo, que em inglês significa "troca" ou "permuta", utilizado como referência a contratos que permitem a troca de indexadores entre duas partes.

Em um regime de câmbio flutuante, como no Brasil, vários agentes incorrem em risco cambial ao precisarem trocar de uma moeda para outra, em data futura, a quantia necessária para suas transações.

Por conta disso, é possível para investidores e empresários que realizem um contrato swap para a troca de um indexador pela variação do câmbio, em uma data futura.

Estes tipos de contratos, que partem do Banco Central, são conhecidos como swaps cambiais, e proporcionam uma proteção futura para quem precisa encarar o imprevisível mercado de câmbio.

Para que serve uma swap

Os swaps também costumam ser definidos como uma troca de “riscos”, em que os participantes negociam as rentabilidades de dois ativos ou mercadorias diferentes.

Eles são bastante usados em estratégias de proteção – ou hedge – que podem se estender por bastante tempo. É comum que sejam adotados por empresas, porque elas podem estar expostas a variados tipos de riscos relacionados às suas atividades. O livro Mercado de Capitais: Fundamentos e técnicas lista algumas situações frequentes, como:

  • Empresas importadoras ou exportadoras, afetadas por variações no câmbio;

  • Empresas aéreas, que convivem com mudanças no preço dos combustíveis;

  • Gestoras de fundos, impactadas pela volatilidade do mercado de ações.

Mas como um swap funciona na prática? Vai ficar mais fácil de entender com o exemplo do que é considerado o contrato precursor desse mercado.

No início da década de 1980, a IBM e o Banco Mundial fecharam um acordo de swap de divisas. Segundo o contrato, o banco assumiria as dívidas em francos suíços e marcos alemães (moeda do país na época) mantidas pela IBM. Já a IBM assumiria dívidas em dólar da instituição financeira.

Por que as duas organizações decidiram fazer essa troca? Conforme explica Mercado de Capitais: Fundamentos e técnicas, o Banco Mundial precisava levantar recursos em francos suíços para projetos, mas encontrava taxas muito altas no mercado. Já a IBM, que tinha muita presença no mercado suíço, poderia conseguir empréstimos com taxas favoráveis.

Do lado oposto, a IBM precisava de dólares para projetos importantes, moeda à qual o Banco Mundial tinha acesso com boas condições. Se as necessidades dos dois eram diferentes, mas complementares em certa medida, por que não fazer uma troca – ou um swap?

Foi o que fizeram. A IBM buscou empréstimos em francos suíços e o Banco Mundial, em dólares. Durante a operação, os dois trocaram os principais e os pagamentos de juros. Como resultado disso, destaca o livro, a IBM conseguiu pagar uma taxa de juros mais baixa do que teria pago se precisasse levantar o dinheiro no mercado. E o mesmo aconteceu para o Banco Mundial. “Ambas as organizações se beneficiaram de suas respectivas posições vantajosas em mercados diferentes”, explica o livro.

De lá para cá, esse mercado se desenvolveu e hoje abarca uma série de outras operações e ativos. Os swaps mais comuns são as de taxas de juro, moedas e commodities.

Para entender melhor o funcionamento deles atualmente, imagine um swap de ouro contra Ibovespa. Nesse exemplo, uma das partes do acordo paga a variação do ouro para a outra e recebe em troca a variação do Ibovespa. O oposto acontece com a segunda parte: ela paga a variação do Ibovespa e recebe a variação do ouro.

O que acontece se a valorização do ouro for menor e a do Ibovespa, maior? Conforme explica o livro Top: Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro, quem receberá a diferença será a parte que comprou Ibovespa (e vendeu ouro). Já se o contrário acontecer e o ouro valorizar mais que o Ibovespa, quem receberá a diferença será a parte que comprou ouro e vendeu Ibovespa.

 

  • Diferença entre swap e hedge

As operações de swap são bastante utilizadas por empresas e investidores para fins de hedge. No entanto, elas representam apenas uma das formas de proteção de uma carteira, posição ou negócio. Não são exatamente sinônimos, como eventualmente possa parecer.

É possível montar diferentes composições de ativos e derivativos para fins de hedge que envolvem várias alternativas aos swaps. As estratégias clássicas envolvem contratos futuros e opções, papéis originalmente criados justamente para esse fim. Sua existência remonta os séculos, enquanto os swaps são considerados invenções financeiras bem mais recentes.

Tipos de swap

Existem vários tipos de swaps que costumam ser realizados no mercado. Eles mudam de acordo com os ativos ou mercadorias envolvidos nos contratos de troca de fluxos – que são uma espécie de indexador da operação. Alguns dos swaps mais conhecidos são:

  • Cambial

Em um swap cambial, as partes trocam o principal e os juros em uma moeda pelo principal mais os juros em uma segunda moeda. Fica acordado que uma das partes faz pagamentos em uma moeda e a outra parte faz pagamentos na outra, em datas futuras.

  • Índices

Nos swaps de índices, o que se prevê no contrato é uma troca de fluxos de caixa associados ao retorno ou desempenho de índices de preços – como IPCA ou IGP-M – ou ainda de um índice de ações – como Ibovespa, IBrX-100 ou outros calculados pela B3.

Um exemplo é um swap de Ibovespa contra a taxa do DI, um dos principais indicadores de retorno de renda fixa. Nesse caso, as partes trocariam um fluxo de caixa indexado ao retorno do Ibovespa (normalmente acrescido de uma taxa de juros) por outro fluxo atrelado à variação do DI.

Taxas de juros

No caso dos swaps de taxas de juros, as partes trocam indexadores associados aos seus ativos ou passivos, e uma das variáveis é uma taxa de juros.

Um exemplo desse tipo de negociação é um swap de taxa do DI contra o dólar. Aqui, as partes trocam fluxos de caixa indexados ao DI por outros fluxos, indexados à variação cambial somada a uma taxa de juros negociada entre elas. Outra possibilidade são swaps de taxa do DI contra taxas prefixadas, que seguem a mesma lógica, com indexadores diferentes.

Como funciona o swap cambial pelo Banco Central

Pelo Banco Central no Brasil, o swap cambial é um instrumento financeiro que auxilia no processo de intervenção nas taxas de câmbio, para conter sua volatilidade.

Esta operação acontece entre o Banco Central e outros bancos do país, que repassam a investidores interessados na troca de um indexador de rentabilidade, pela variação de moeda estrangeira. É o caso, por exemplo, de um agente com investimento remunerado em uma taxa DI, que troca seus rendimentos pela variação incerta do dólar, em um período acordado.

O swap cambial funciona como uma espécie de "aposta", já que o investidor que o contrata troca toda a rentabilidade de seu investimento pela variação da taxa de câmbio no período, que pode não ser tão alta assim.

Sendo assim, no período final o investidor recebe a quantia em moeda estrangeira, e entrega a rentabilidade de seu investimento, mais taxas, que se destinam ao Banco Central. Para o BC esta operação faz com que menos investidores entrem no mercado à vista, reduzindo a taxa de câmbio do período.

Swap cambial reverso

A operação descrita acima é conhecida como o swap cambial tradicional, já que a intenção do Banco Central é de manter reduzida a taxa de câmbio ao "retirar" investidores do mercado à vista.

Do contrário, a operação é conhecida como swap cambial reverso quando a intenção é que a taxa de câmbio aumente, após o BC entender que está reduzida para o nível da economia do país.

Neste caso, a operação consiste em reverter os contratos "tradicionais", pagando aos investidores a variação das taxas de juros, adquirindo destes agentes as variações do câmbio.

 

Pela operação tradicional, os investidores que adquirem o swap cambial deixam de participar do mercado à vista, diminuindo a demanda por moeda estrangeira, provocando a redução das taxas de câmbio.

 

Na operação reversa, o efeito é contrário, já que induz aos investidores a procura pela moeda estrangeira, o que faz com que o câmbio volte a se elevar.

Fontes:

O que é e como funciona o Swap Cambial? - Dicionário Financeiro (dicionariofinanceiro.com)

 

Hedge - Dicionário Financeiro (dicionariofinanceiro.com)

 

Mercado a termo: o que é, como funciona e quais suas operações? (empreenderdinheiro.com.br)

O que é Mercado Futuro e como funciona? | InfoMoney

Mercado de Opções: como funciona e como começar? | InfoMoney

O que é Swap e como funciona essa operação? | InfoMoney

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