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Introdução às Finanças Corporativas

 

Finanças corporativas abrangem todo o processo de gestão financeira dentro de uma empresa, ou seja, envolvem o planejamento, o controle e a execução de todas as atividades financeiras, que vão desde investimentos até a administração de dívidas.

 

O objetivo central das finanças corporativas é garantir que a empresa opere de maneira eficiente e lucrativa, maximizando seu valor no longo prazo.

Essas decisões financeiras podem ter impacto direto no sucesso ou fracasso de uma empresa. Uma má gestão financeira pode levar a problemas como falta de liquidez, endividamento excessivo ou até mesmo falência. Por isso, entender e aplicar os conceitos de finanças corporativas é crucial para qualquer organização.

 

7 Conceitos Básicos de Finanças Corporativas

1. Investimentos

Investimentos nas finanças corporativas referem-se ao uso de recursos financeiros da empresa para gerar retorno no futuro. Existem dois tipos principais de investimentos:

  • Investimentos em Ativos Fixos (Capex): São aqueles que aumentam a capacidade produtiva ou operacional da empresa. Exemplos incluem a compra de máquinas, imóveis ou tecnologia que aumentem a eficiência da produção.

  • Investimentos em Capital Humano: Refere-se a gastos com a formação e desenvolvimento dos colaboradores, como cursos de capacitação, treinamentos ou políticas de incentivo ao estudo.

 

Para decidir se um investimento é viável, uma empresa costuma fazer uma análise de retorno sobre o investimento (ROI), que compara o valor esperado do retorno ao valor investido. Além disso, o cálculo do Valor Presente Líquido (VPL) e da Taxa Interna de Retorno (TIR) são ferramentas essenciais para determinar se o investimento contribuirá positivamente para a empresa.

 

Exemplo prático: Ao investir na compra de uma nova máquina de produção, a empresa calcula o custo total da máquina, incluindo manutenção e treinamento, e compara com o aumento esperado na produção e vendas para determinar se o investimento será rentável ao longo dos próximos anos.

 

2. Faturamento

 

Faturamento é a receita total gerada pela empresa a partir da venda de seus produtos ou serviços em um determinado período. Ele é dividido em dois tipos:

  • Faturamento Bruto: Total obtido com as vendas antes de qualquer dedução, como impostos, descontos ou devoluções.

  • Faturamento Líquido: O valor real que entra no caixa da empresa após essas deduções.

 

Compreender o faturamento é crucial para analisar o desempenho da empresa. Uma empresa que apresenta um alto faturamento bruto, mas baixos lucros, precisa investigar onde estão ocorrendo os gargalos financeiros – como altos custos operacionais ou descontos excessivos. Além disso, é fundamental separar o conceito de faturamento do de lucro, que veremos a seguir.

 

Exemplo prático: Se uma empresa vende R$ 100.000 em produtos durante um mês, mas tem R$ 20.000 de impostos e devoluções, o faturamento bruto é de R$ 100.000, e o líquido, de R$ 80.000.

 

3. Lucro

 

O lucro é o que sobra depois que todos os custos relacionados à operação do negócio são pagos. Existem três tipos principais de lucros que uma empresa deve monitorar:

  • Lucro Bruto: Faturamento menos o custo direto dos bens vendidos (ou seja, o custo de produção).

  • Lucro Operacional (ou EBIT): Lucro antes de juros e impostos, que considera tanto os custos diretos quanto os custos operacionais (como salários e aluguel).

  • Lucro Líquido: O valor final que resta após o pagamento de impostos, juros sobre dívidas e outras despesas não operacionais.

 

Entender esses três níveis de lucro é fundamental para diagnosticar a saúde financeira da empresa. O lucro bruto ajuda a analisar a eficiência de produção, enquanto o lucro operacional revela a eficácia da gestão operacional. O lucro líquido, por fim, é o que os acionistas podem distribuir como dividendos ou reinvestir na empresa.

 

Exemplo prático: Se uma empresa vende um produto por R$ 100, e o custo de produção é R$ 60, o lucro bruto é R$ 40. Se, além disso, a empresa tem R$ 20 em despesas operacionais, o lucro operacional será R$ 20.

 

4. Recebimentos

 

Recebimentos referem-se ao dinheiro efetivamente recebido pela empresa em determinado período, o que pode não coincidir com o faturamento, já que muitas vendas são feitas a prazo. Isso gera uma diferença entre o que foi vendido e o que já foi recebido no caixa.

 

A diferença entre contas a receber e recebimentos é crucial para o gerenciamento do fluxo de caixa. Vendas a prazo podem melhorar o faturamento, mas se não forem bem administradas, podem gerar problemas de liquidez, ou seja, a empresa não terá dinheiro disponível para cobrir suas obrigações de curto prazo, como o pagamento de fornecedores ou salários.

 

Exemplo prático: Uma empresa vendeu R$ 50.000 em um mês, mas como parte dessas vendas foi parcelada, ela recebeu apenas R$ 30.000. Portanto, o faturamento foi R$ 50.000, mas os recebimentos efetivos foram R$ 30.000.

 

5. Endividamento

 

Endividamento é a quantia que a empresa deve a terceiros, seja por meio de empréstimos bancários, financiamento de máquinas ou até dívidas com fornecedores. Existem dois tipos principais de dívida:

  • Dívidas de curto prazo: Deveres financeiros que devem ser pagos em até um ano, como contas a pagar e linhas de crédito rotativo.

  • Dívidas de longo prazo: Empréstimos ou financiamentos com prazos maiores, usados geralmente para grandes investimentos, como compra de equipamentos ou expansão do negócio.

 

O endividamento pode ser uma ferramenta valiosa para o crescimento da empresa, desde que controlado. Para avaliar se o nível de dívida é saudável, a empresa deve monitorar índices como Índice de Cobertura de Juros (quantas vezes o lucro operacional cobre os juros da dívida) e a Dívida Líquida sobre o EBITDA (relação entre dívida e geração de caixa).

Exemplo prático: Se uma empresa tem um empréstimo de R$ 1 milhão, mas gera R$ 500.000 de EBITDA anualmente, sua dívida líquida sobre o EBITDA seria 2, o que é considerado um valor razoável em muitas indústrias.

 

6. Custos Fixos e Variáveis

 

Os custos fixos e variáveis são componentes essenciais para o controle financeiro e a definição de estratégias de precificação e margem de lucro.

  • Custos Fixos: São aqueles que não variam com a produção ou vendas, como aluguel, salários de funcionários administrativos e seguros.

  • Custos Variáveis: Dependem diretamente do volume de produção ou vendas. Exemplos incluem matéria-prima, comissões de vendedores e custos de envio.

 

Uma compreensão clara desses custos permite à empresa calcular o custo total e definir um preço de venda adequado para garantir lucro. Além disso, essa separação é fundamental para a análise do ponto de equilíbrio, que veremos a seguir.

 

Exemplo prático: Se a empresa produz 1.000 unidades de um produto, o custo com matéria-prima e comissão de vendas vai aumentar proporcionalmente, mas o aluguel da fábrica permanecerá o mesmo, independentemente do número de unidades produzidas.

 

7. Ponto de Equilíbrio

 

O ponto de equilíbrio, ou break-even point, é o nível de faturamento necessário para cobrir todos os custos da empresa, sem gerar lucro nem prejuízo. Ele é calculado dividindo os custos fixos pelo percentual da margem de contribuição (a diferença entre o preço de venda e o custo variável por unidade).

 

Esse conceito é vital para o planejamento financeiro, pois permite que a empresa determine o mínimo de vendas que precisa realizar para não operar no vermelho.

 

Após atingir o ponto de equilíbrio, a empresa começa a gerar lucro com cada

venda adicional.

 

Exemplo prático: Se os custos fixos de uma empresa são R$ 10.000 por mês e sua margem de contribuição é de 40%, o ponto de equilíbrio será alcançado com um faturamento de R$ 25.000 mensais.

 

5 Dicas para Manter as Finanças Corporativas em Ordem

  1. Avalie a viabilidade econômica e financeira da sua empresa
    Utilize ferramentas como análise de balanços, indicadores de desempenho financeiro e projeções de fluxo de caixa para entender a posição financeira atual da empresa e prever cenários futuros.

  2. Faça um planejamento financeiro bem estruturado
    Estabeleça metas claras e planos de ação para alcançar esses objetivos. O planejamento financeiro deve ser revisado e ajustado regularmente, com base em mudanças no mercado ou no desempenho da empresa.

  3. Monitore seu fluxo de caixa constantemente
    Controle entradas e saídas de caixa diariamente para evitar surpresas desagradáveis. Use ferramentas de gestão financeira para automatizar esse monitoramento.

  4. Contabilize todos os gastos da sua empresa
    Registre todas as despesas, sejam fixas ou variáveis, em tempo real. Isso permitirá uma visão mais precisa dos custos e ajudará a identificar oportunidades de redução de despesas.

  5. Não misture as contas pessoais com as contas da empresa
    Manter separadas as finanças pessoais das empresariais é fundamental para uma boa gestão financeira. Misturar esses recursos pode levar a descontrole financeiro e problemas na administração da empresa.

Agora Vamos falar sobre algumas áreas de Finanças

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